Já estão com o Tribunal Superior Eleitoral os nomes dos gestores
públicos, entre eles 486 mineiros, que tiveram contas rejeitadas pelo
TCU e não poderão concorrer este ano
Exatos 6.917 agentes
públicos �- dos quais 486 mineiros �- estão na lista suja do Tribunal
de Contas da União (TCU) e não poderão disputar as eleições deste ano.
Eles são gestores públicos, ocupantes de cargos ou funções que tiveram
suas contas julgadas irregulares em caráter definitivo, não cabendo
mais recursos. Os nomes foram divulgados ontem pelo órgão e entregues à
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia Antunes
Rocha.
O número de agentes reprovados pelo TCU este ano foi
41% maior do que em 2010, quando a lista entregue à Justiça Eleitoral
continha 4.922 nomes. De acordo com o presidente do TCU, ministro
Benjamin Zymler, o fato não se deve necessariamente ao aumento de
práticas de corrupção, mas à fiscalização mais atenta do órgão. "A
atuação do tribunal foi ampliada. O aumento não surpreende; ele se deve
à maior atuação do tribunal", justificou.
O período de
condenação pelo TCU considerado na lista é de outubro de 2004 a outubro
de 2011. O número de ocorrências é maior do que o de condenados �-
10.346 processos �-porque há casos em que um mesmo gestor foi condenado
em mais de um processo no período considerado. O presidente do TCU
lembrou que além da inelegibilidade, essas pessoas ainda são punidas
com o pagamento de multas e quitação dos débitos pendentes por causa de
má gestão de recursos públicos.
"Realmente essa é uma
consequência importante, e muito bem-vinda a possibilidade de tornar
inelegíveis aqueles que não souberam lidar com o dinheiro público de
forma adequada", ressaltou Zymler, lembrando que esses gestores tiveram
direito, até a última instância, à defesa. A lista será agora
encaminhada aos juízes eleitorais em todo o país, que são os
responsáveis pela análise do registro dos candidatos a prefeito e
vereador.
Se não houver uma decisão judicial revertendo a
condenação do TCU, os acusados serão impedidos de concorrer nas
eleições municipais de outubro deste ano em razão da Lei da Ficha Limpa,
que os torna inelegíveis por oito anos, contados a partir da data da
condenação. O interessado poderá concorrer nas eleições apenas se essa
decisão for suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário.
Jeitinho
Os
inelegíveis ainda podem contar com a ajuda dos parlamentares
brasileiros para tentar disputar as eleições deste ano. Apresentado há
pouco mais de um ano pelo deputado Sílvio Costa (PTB-PE), o Projeto de
Lei Complementar 14/11 revoga artigo da Lei da Ficha Limpa
e torna inelegível apenas aquele gestor que tiver as contas reprovadas
em sentença definitiva da Justiça. Pela legislação atual, basta que as
contas sejam rejeitadas pelo TCU por irregularidade insanável, o que
caracteriza ato de improbidade administrativa. Dessa forma, a norma não
exige manifestação da Justiça para que o político seja impedido de
disputar eleição. A matéria já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. (www.uai.com.br)
>> O MAPA DA CORRUPÇAO
A
lista inclui 6.917 nomes de gestores e será atualizada diariamente no
site do TCU. Os estados com mais políticos com contas reprovadas foram:
Distrito Federal - 707
Maranhão - 537
São Paulo - 530
Minas Gerais - 486
Bahia - 481
Rio de Janeiro - 396
Pernambuco - 324
Pará - 293
Ceará - 235
Goiás - 234
Fonte: JusBrasil
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