Saudações!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

RELATO DE UM SURDO

                           
                                                                       Rimar Carvalho Segala
     
       Alguns pensam que sou louco, afinal até mesmo filósofos famosos na história pensaram assim também de pessoas como eu. Certa vez, Platão e Aristóteles, observando um surdo, chegaram a seguinte conclusão: “Não sabe falar, não sabe ouvir; és louco!”. Triste conclusão estes tão sábios filósofos chegaram! Se tão somente Platão tivesse lembrado de suas palavras: “Tudo que sei, é que nada sei”, talvez sua conclusão fosse diferente. Realmente, estes cultos
filósofos nada sabiam sobre aquele surdo. Talvez se tivesse “escutado” aquele surdo, digo, prestado atenção, estudado, compreendido, esta frase não partiria deles na história. Talvez os conceitos existentes sobre os surdos fossem bem diferentes. Que pena!
     O surdo como qualquer outro deficiente possui uma compreensão natural, o que os seus ouvidos não podem ouvir, os seus olhos ouvem. Ele é um estrangeiro brasileiro no Brasil. Tem que aprender a língua dos ouvintes e isto não é fácil.

                                                                       Fonte: Kojima e Segala, 200-?, p. 9

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